NOSSA CAMA
(Beija-flor)
Sentí nossa cama enorme nessa noite de frio. Depois de quatro dias dormindo de "conchinha" com a mulher que amo, percebo que o vazio dos meus braços já não existe mais. Meu travesseiro de peito tem um calor intenso, que me aquece por fora e por dentro. Meu desejo frustrado por vinte anos, enfim, encontrou seu porto seguro em movimentos sincronizados. Nossos giros sobre o colchão têm códigos de afetos. Ela sabe como tocar minhas costas e nádegas e eu também a toco como ninguém jamais tocou. Unhas e dedos na pressão ideal do prazer. Lábios molhados por todos os lados, percorrendo nossos corpos de norte a sul e de leste a oeste com apertos na cintura. Com os cabelos soltos sobre o rosto fica uma fera selvagem e ao prendê-los vira uma deliciosa vadia. Fantasias sem limites, sob quatro paredes somos dois, três ou mais. Confessamos nossos segredos de puberdade, colocando em risco reputações angelicais, porque somos mesmo safados na hora de fazer amor. Nossa kama-sutra têm poucas variações, diferente de nossos orgasmos que são múltiplos e de todas as formas. Não consigo mais dormir sem ela, sinto falta, sinto fome e é só na pele dela que me sinto um verdadeiro homem.